sexta-feira, setembro 22, 2006

SABER SAIR A TEMPO

A vida tem destas coisas, quando fico na presença de tomar uma decisão difícil fico com a sensação que é o fim de vida.
Então, tenho cometido o erro de sustentar o que já não tem importância nenhuma, talvez pela idade, eu hoje, acho que a vida não passa de uma peça de teatro.
Não sou de despedidas, quando faço uma viagem, penso sempre na volta, precisamente como os actores de teatro, mais tarde ou mais cedo eu volto ali, ao palco, é o sonho de qualquer actor, o regresso ao palco.
Para mim é absolutamente falso, não vou, não quero, não me vou permitir a esse desfrute da vida, desculpem mas se já não sou de cena eu saio de cena, nesta viagem sei que não volto, vou para o camarim mas de semblante erguido, para mim esta peça de teatro acabou como tantas outras exibições de tanto êxito, façam o favor de correr o pano, arrumem o guarda roupa, os cenários, limpem os cartazes, nas minhas costas fechem a porta que nos meus passos eu vou a chorar, de alegria, porque sou eu.